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Qual mato o Roundup não mata? Entenda os limites do herbicida mais famoso do mundo

Roundup 5 litros é um herbicida amplamente conhecido no campo e nas áreas urbanas por sua eficiência em eliminar ervas daninhas e plantas invasoras. Sua composição é baseada no glifosato, um composto químico de ação sistêmica que age inibindo uma enzima essencial ao crescimento das plantas, chamada EPSP sintase. Essa enzima é vital para a produção de aminoácidos aromáticos, e quando o glifosato bloqueia seu funcionamento, a planta morre gradualmente.
No entanto, nem todos os tipos de mato são afetados pelo Roundup — algumas espécies possuem resistência natural ou adquirida ao produto, o que desperta dúvidas sobre sua eficácia em determinadas situações.

Se você está se perguntando “Qual mato o Roundup não mata?”, saiba que existem diversas ervas daninhas resistentes a esse herbicida. Plantas como o capim-amargoso, buva, tiririca e azevém são exemplos comuns de espécies que podem sobreviver mesmo após várias aplicações. Essas plantas desenvolveram mecanismos biológicos que impedem o glifosato de agir de forma eficiente, exigindo o uso de estratégias complementares ou produtos alternativos para um controle eficaz.
Neste artigo, você vai entender quais tipos de mato o Roundup não mata, por que isso acontece e o que fazer para eliminá-los definitivamente.


Por que o Roundup não mata todos os tipos de mato

Embora o Roundup seja extremamente eficaz em eliminar a maioria das ervas daninhas, ele não é infalível. Sua eficiência depende de fatores como o tipo da planta, o estágio de crescimento, a dosagem aplicada e até as condições climáticas no momento da aplicação.
O princípio ativo, o glifosato, atua apenas em plantas que possuem metabolismo ativo, ou seja, que estão em fase de crescimento. Por isso, plantas dormentes ou com folhas muito grossas, cerosas ou subterrâneas podem resistir ao produto.

Outro fator é que, com o uso contínuo do Roundup ao longo dos anos, algumas espécies desenvolveram resistência genética. Esse fenômeno é semelhante ao que ocorre com bactérias resistentes a antibióticos — quanto mais o produto é usado, mais as plantas resistentes se multiplicam e se tornam dominantes.


Plantas resistentes ao Roundup: o que ele não consegue matar

Confira abaixo uma lista com os principais tipos de mato que o Roundup geralmente não mata ou tem dificuldade para eliminar completamente:

1. Tiririca (Cyperus rotundus)

A tiririca é uma das ervas mais resistentes e difíceis de eliminar. Ela possui tubérculos subterrâneos que o glifosato não alcança. Mesmo que a parte aérea morra após a aplicação, os bulbos permanecem vivos e a planta volta a brotar em poucos dias.
👉 Dica: para controlar a tiririca, é necessário usar herbicidas específicos para plantas com bulbos ou fazer múltiplas aplicações combinadas com produtos complementares.

2. Capim-amargoso (Digitaria insularis)

O capim-amargoso é considerado uma das ervas mais problemáticas em plantações de soja e milho. Ele possui alta resistência ao glifosato, especialmente em plantas adultas.
👉 Dica: o controle deve ser feito quando o mato ainda é jovem, usando misturas de herbicidas seletivos ou produtos com princípios ativos diferentes.

3. Buva (Conyza bonariensis e Conyza canadensis)

A buva, também conhecida como “erva-palha”, é uma das ervas mais resistentes ao Roundup. Ela cria uma camada protetora nas folhas, que impede o glifosato de ser absorvido completamente.
👉 Dica: a melhor estratégia é fazer o controle antes da floração, usando herbicidas de contato ou combinados com glifosato.

4. Azevém (Lolium multiflorum)

O azevém é outro mato resistente que preocupa agricultores. Em várias regiões do Brasil, ele já não responde bem ao Roundup, mesmo em altas dosagens.
👉 Dica: utilizar herbicidas pré-emergentes pode ajudar a evitar que as sementes germinem.

5. Capim-colchão (Digitaria horizontalis)

O capim-colchão pode sobreviver ao Roundup quando está em fase de maturação, pois suas folhas mais velhas dificultam a absorção do produto.
👉 Dica: aplicar o herbicida em períodos de crescimento ativo da planta aumenta a eficácia.

6. Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)

Também conhecido como capim-carrapicho, esse mato é famoso por sua resistência. Mesmo que o Roundup queime suas folhas, as raízes continuam vivas, fazendo com que ele volte a crescer rapidamente.
👉 Dica: alternar herbicidas com mecanismos de ação diferentes ajuda a controlar o crescimento.


Ervas resistentes ao glifosato: um problema crescente

O uso excessivo e repetido do Roundup criou um cenário de seleção natural, onde apenas as plantas resistentes sobreviveram e se multiplicaram. Isso gerou uma nova geração de ervas daninhas resistentes ao glifosato, especialmente nas regiões agrícolas do Brasil e da América Latina.

De acordo com estudos agrícolas, existem hoje mais de 40 espécies de plantas no mundo resistentes ao glifosato, e a tendência é que esse número continue crescendo. Essa resistência representa um desafio para produtores rurais, jardineiros e proprietários de chácaras, que antes confiavam exclusivamente no Roundup.


O que fazer quando o Roundup não mata o mato

Se o Roundup não está funcionando na sua propriedade, não significa que o problema não tem solução. Existem alternativas e estratégias eficazes para o manejo integrado de ervas daninhas, que incluem:

  • 🌱 Rotação de herbicidas – Alterne o uso de produtos com diferentes princípios ativos.
  • 🚜 Capina mecânica ou manual – Ajuda a eliminar as raízes mais profundas.
  • 🌾 Cobertura vegetal – Plantar espécies de cobertura pode suprimir o crescimento de ervas resistentes.
  • 🔁 Controle preventivo – Evite que as plantas resistentes floresçam e espalhem sementes.
  • 💧 Aplicação correta – Sempre siga as instruções de uso do fabricante, considerando umidade, temperatura e estágio da planta.

Roundup ainda vale a pena?

Apesar da resistência de algumas plantas, o Roundup continua sendo um dos herbicidas mais eficientes e acessíveis do mercado. Ele é ideal para eliminar ervas daninhas comuns, limpar terrenos, calçadas e preparar o solo para o plantio.
No entanto, o segredo está em saber quando e como usá-lo, reconhecendo suas limitações e combinando-o com outras práticas de controle.


Conclusão: Roundup não mata todo tipo de mato — e isso exige manejo inteligente

Saber qual mato o Roundup não mata é essencial para quem busca resultados duradouros no controle de ervas daninhas. Plantas como tiririca, buva, capim-amargoso e azevém exigem estratégias mais elaboradas, combinando herbicidas seletivos, manejo mecânico e prevenção.

O uso responsável do Roundup, aliado ao conhecimento sobre as espécies resistentes, garante um controle mais eficiente, econômico e sustentável.
Em resumo, o Roundup é poderoso, mas não milagroso — compreender seus limites é o primeiro passo para dominar o controle das ervas daninhas no campo ou no jardim. 🌿

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